sexta-feira, 27 de novembro de 2015

[Jukebox de há dez anos] Jimmy P


É um dos grandes em Portugal e trata o hip hop, a soul e o r&b por tu. Prova-o no disco que editou já este ano, FVMILY F1RST. O sempre disponível Jimmy P escolheu os seus discos de 2005.

Os discos mais importantes de 2005 para Jimmy P:

Kanye West - Late Registration



Lil Wayne - The Carter II


The Game – The Documentary



Gorillaz – Demon Days



Morgan Heritage – Family and Friends, Vol. 2



Coldplay – X & Y



50 Cent – The Massacre



Faith Evans – First Lady



Amerie – Touch



Public Enemy – Rebirth of a Nation 

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

O que aconteceu na semana de 22-11-2005?


Notícias: 

- Take That reúnem-se, mas sem Robbie Williams;

- Akon actua no Pavilhão Atlântico e WhoMadeWho actuam no Sabotage Club;

- São anunciadas as entradas de Black Sabbath, Sex Pistols e Blondie no Rock and Roll Hall of Fame. O evento viria a acontecer em 2006;

- Depois de ter adiado o concerto, Missy Elliott cancela definitivamente a data agendada para 10 de Dezembro no Pavilhão Atlântico;

Disco da Semana:

The Darkness - One Way Ticket to Hell... and Back 

O seu a seu dono: os Darkness foram um fenómeno singular. Têm o mérito de ter feito acontecer um disco, uma ideia e um som, com décadas de atraso. Em 2005, os Nirvana já há muito tinham enterrado o hair metal e relegado os Guns' n' Roses para a última grande seca - culpa aqui também para os próprios Guns que aborreceram os fãs com o duplo Use Your Illusion. Mas seguindo: em 2005, os Darkness não eram tão maus como muitos queriam fazer crer, nem significavam uma uma nova linhagem hardrock, como, aliás, sabemos hoje. A estreia Permission To Land é um conjunto de "guilty pleasures" e potenciais hits que nos anos 80 teria vendido dezenas de milhões e em 2005 vendeu milhões. Então, qual o motivo para One Way Ticket To Hell... and Back ter sido um falhanço a toda a linha? Simples: é mais complexo (Roy Thomas Baker, produtor dos Queen, pode ter sido o responsável), ou seja, mais chato, e não tem melodias tão boas com a estreia. É só isto, mas faz uma inacreditável diferença. Irónico que o título tenha servido de premonição para o que se seguiu: Justin Hawkins afogou-se em drogas e recorreu a clinicas de reabilitação (ele que passava dias a referir-se a Pete Doherty como um junky) e o falhanço comercial e crítico. Só recentemente, em 2011 regressariam do inferno, com uma digressão e, depois, dois discos. Curiosidade: o álbum foi disponibilizado no Myspace (que descanse em paz) dois dias antes da edição física.

Outras Edições:

INXS - Switch 
Chris Brown - Chris Brown 
Shakira - Oral Fixation Vol. 2
Linda Martini - Linda Martini EP
If Lucy Fell - You Make Me Nervous
Teresa Salgueiro - Obrigado

Citações com dez anos: 

- "Não sou a favor de quem sai com uma faca, mesmo quem apenas a usa para se defender. A melhor forma de te defenderes é correndo que nem um desalmado." (Alex Kapranos, referindo-se ao facto ser comum em Glasgow sair de casa com uma faca)

- "Teria todo o prazer em fazê-lo mais vezes." (Roger Waters, em relação à reunião dos Pink Floyd no Live 8)

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

O que aconteceu na semana de 15-11-2005?


Notícias: 

- Salvatore Acquaviva, um desconhecido escritor de canções belga, ganha o caso em que acusa Madonna de o ter plagiado em "Frozen". A canção da Rainha da pop ficava então proibida de ser transmitida ou vendida na Bélgica.



- Coldplay e Busta Rhymes actuam no Pavilhão Atlântico, Sigur Rós e Emir Kusturica & The No Smoking Orchestra no Coliseu dos Recreios, Mercury Rev no Centro Cultural de Belém, Donavon Frankenreiter na Aula Magna e Boney M. e Vllage People na Noite Disco Fever.

Disco da Semana:

System of a Down - Hypnotize

Em 2005, o duplo Mesmerize/Hypnotize soou a uma enorme injustiça para com Daron Malakian, ele que terá sido o grande responsável por tudo o que ouvimos aqui. Os fãs adoram-no, mas os críticos apontam: devia ter continuado de boca fechado, tem demasiado protagonismo nesta ambiciosa investida. Percebemos que prefiram ouvir Serj Tankian, claro, é incomparavelmente melhor voz, mas Malakian não se sai assim tão mal e as baboseiras que vai cuspindo acabam por contribuir para uma das características que contribui para a impressão digital dos System of a Down (SOAD): humor. Independentemente das muitas coisas políticas que são ditas em Mesmerize e Hypnotize, o humor é omnipresente. E quanto mais estapafúrdio, mais político. É o último disco dos SOAD e nem vale a pena referir o nu-metal que a determinada altura lhes foi associado. Hypnotize mistura vários estilos sim, como o punk de "Kill Rock 'n Roll" e o trash metal de "Attack", passando por baladas como "Lonely Day". O ambicioso passo acabou por ser bem medido, os dois discos separados por seis meses acabaram por lhes dar protagonismo ao longo dos 12 meses de 2005. Dominaram o ano.



Outras Edições: 

Fort Minor - The Rising Tied 
Bonnie Prince Billy - Summer in the Southeast 
Mike Ladd - Father Divine
Chamillionaire - The Sound of Revenge
Queens of the Stone Age - Over the Years and Through the Woods

Citações com dez anos:

- "Ouvi uma voz na minha cabeça que dizia: "fá-lo, fá-lo, fá-lo!". E, quando [Lennon] passou por mim, puxei a arma, apontei as costas dele e apertei o gatilho 5 vezes." (Mark Chapman, assassino de John Lennon)

- "Antes de mais, [o Pete Doherty] não faz rock. Em segundo lugar, ele só vende discos porque as pessoas têm curiosidade em saber a que soa um junkie." (Justin Hawkins, vocalista dos The Darkness)

- "Estamos a ficar sem coisas para fazer, sem sítios para tocar e sem ar para respirar. Ainda assim, sentimo-nos melhor do que nunca." (Jack White, sobre os The White Stripes)

Obituário: 

- Link Wray, o inventor do power chord, morre aos 76 anos, em Copenhaga. devido a insuficiência cardíaca.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

O que aconteceu na semana de 09-11-2005?


Notícias: 

- Underworld dão início ao The RiverRun Project, com o "Lovely Broken Thing", o primeiro de vários registos editados online. A banda refere que "a ideia será apresentar uma alternativa ao modo tradicional de editar novo material".


- Devendra Banhart actua na Aula Magna e Patrice no Coliseu dos Recreios.

Disco da Semana: 

Madonna - Confessions on a Dancefloor

Depois de, American Life, disco político relativamente falhado, Madonna "fecha-se" no estúdio caseiro de Stuart Price, homem com credenciais na área techno, que ajuda a Rainha a desenhar nova metamorfose com a máquina do tempo apontada para a década em que a artista foi mais feliz: 1980. Mas, curiosamente, arranca na de 70, com o grande acontecimento e, provavelmente, principal motivo pelo qual Confessions on a Dancefloor será lembrado: o sample de "Gimme! Gimme! Gimme!", dos Abba. O acontecimento é isso mesmo, um verdadeiro acontecimento, porque os Abba raramente cedem a este tipo de pedidos, mas a admiração é mutua e os suecos lá terão cedido à carta que a cantora fez questão de remeter para a Escandinávia. É então uma Madonna em estado de graça, uma última vez, a escalar topes, antes do bloqueio criativo que a faria imitar as novas princesinhas (ou não) da pop, as que vão capitalizando a Internet. Com o tempo, Madonna foi premeditando as suas mudanças, já aqui o fazia. Mas aqui fazia-o bem.




Outras Edições: 

- Bright Eyes - Motion Sickness
- Sun Kil Moon - Tiny Cities
- Menomena - Under an Hour
- Jack Rose - Kensington Blues
- The Mars Volta - Scrabdates
- P.O.D. - The Warriors EP, Volume 2
- Babyshambles - Down in Albion
- Green Day - Bullet in a Bible

Citações com dez anos: 

- "Comprei o nosso próprio álbum a um tipo que o estava a vender no eBay por 350 libras. Está codificado, pelo que vamos descobrir de onde vem o leak. Quem o fez, não sairá impune." (Justin Hawkins, vocalista dos The Darkness)

- "Não me interpretem mal, eu até gosto um bocadinho dos Franz Ferdinand e dos Kaiser Chiefs, mas os Bloc Party são terríveis. Nenhum deles está a tentar ser a melhor banda do mundo, é apenas lixo indie." (Noel Gallagher)

- "Temos uma relação muito boa. As pessoas gostam de me imaginar a mim e ao Paul McCartney num ringue de boxe, a destruir-nos um ao outro. De outra forma, torna-se desinteressante. As mesmas pessoas fazem-no para escapar ao mundo horroroso que habitam." (Yoko Ono)

- "Vamos levar o nosso tempo, este ano foi enorme para nós e será bom medir o que nos aconteceu, ao invés de avançar já para um novo álbum à pressa." (Billie Joe Armstrong)

- "Achamos que será um daqueles discos seminais da história musical britânica." (Drew McConnell, baixista dos Babyshambles, sobre o disco que se preparavam para editar "Down in Albion")

- “É facilmente o nosso melhor material e, paralelamente, o mais áspero. É agressivo, mostra o que é ser Americano nos dias que correm." (Eddie Vedder, sobre um novo álbum dos Pearl Jam)

terça-feira, 10 de novembro de 2015

[Jukebox de há dez anos] Lisbon Kid


A ultimar o álbum de estreia, os Lisbon Kid acabam de assinar pela histórica (21 anos é imenso tempo) Wall of Sound e tiraram uns minutos para preparar esta lista.

Os discos mais importantes de 2005 para os Lisbon Kid:

LCD Soundsystem - LCD Soundsystem



Caribou - The Milk Of Human Kindness



Gorillaz - Demon Days


The White Stripes - Get Behind Me Satan



Sigur Ros - Takk



Telepopmuzik - Angel Milk



Vitalic - OK Cowboy



M83 - Before The Dawn Heals us



Daft Punk - Human After All



The Books - Lost And Safe

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

O que aconteceu na semana de 02-11-2005?


Notícias/Concertos: 

- Para combater a pirataria, a Sony usa o Extended Copy Protection (XCP), um sistema amplamente criticado por correr o risco de causar problemas aos computadores. O sistema não era detectável pelos anti-virus e não possuía "uninstall".

- The Rasmus actuam no Hard Club, The Young Gods na Aula Magna e Mike Ladd em Serralves.

Disco da Semana: 

Kate Bush - Aerial

Se dez anos é muito tempo, imaginem lá 12. Kate Bush não dava notícias desde 1993, estávamos mais ou menos no coração do grunge, ainda não tínhamos sobrevivido ao nu-metal e às girls/boys bands. Kate Bush deixa-nos no ano de In Utero, dos Nirvana, e regressa poucos meses depois de Funeral, dos Arcade Fire. É muito, muito tempo. Coincidentemente, uma das suas mais naturais descendentes, Fiona Apple, regressava de um hiato de seis anos (até no tempo que nos deixam na sala de espera têm pontos de contacto), com Extraordinary Machine. Mas do que nos queixamos? Com este épico Aerial, Bush tira a barriga de miséria aos fãs, são mais de 80 minutos e dois discos - acto de quem se está nas tintas para uma indústria discográfica que já demonizava aventuras deste género. Parece que o tempo não passou por ela. O primeiro disco é de canções, ao piano, com guitarras, não interessa, são canções de mulher feita, vivida. O segundo é um épico de 40 minutos tão onírico  e imprevisível (elogio) quanto lhe sugere o título.


Outras edições: 

A-Ha - Analogue 
Akron/Family - Akron/Family & Angels of Light 
Test Icicles - For Screening Purposes Only
Limp Bizkit - Greatest Hitz 
VA - Get Rich or Die Tryin': Music from and Inspired by the Motion Picture 
Sepultura - Live in São Paulo 
Scooter - Who's Got the Last Laugh Now?

Citações com dez anos: 

- Não quereria que usassem uma canção já escrita num anúncio, mas deram-me a oportunidade de escrever [um original e] senti-me inspirado". (Jack White, em relação à canção que escreveu para a Coca-Cola)


- "Não tenho culpa que a carreira dele a solo seja uma bosta e que fique com inveja daquilo que o Ozzy [Osbourne] fez." (Kelly Osbourne, depois de Bruce Dickinson acusar Ozzy Osbourne de sabotar o set dos Iron Maiden no Ozzfest)

- "Odeio a ideia, mesmo quando a estou a propor, mas a única maneira de lidar com a heroína é legalizando-a." (Lemmy)

- "[O segundo disco dos The Libertines?] Não tive nada a ver com isso." (Pete Doherty)

- "A "Give'er" conta com o Josh [Homme] na guitarra. É um solo que eu poderia tocar, mas nunca o poderia fazer como o Josh." (Peaches)


- A nossa estreia saiu há menos de um ano e lembramo-nos de estar a tocar num clube para apenas 20 pessoas. No dia seguinte, estamos a tocar com o David BowieI. Que ano incrível." (Win Butler)

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

[Semana 26-10-05] Los Hermanos editam "Quatro"


Quatro é o último disco dos Los Hermanos e, voltando a ele, é difícil perceber o porquê de terem sido uma banda polarizadora: não se ama ou odeia Los Hermanos, só se ama. Porque eram bons. Muito bons. Resultavam de duas personalidades distintas, mas igualmente talentosas: Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante, o primeiro mais preocupado com as melodias, o segundo mais dedicado às letras. E, olhando para as discografias pós-Los Hermanos, podemos concluir que Camelo tinha as ideias mais arrumadas. Sou, de 2008, ditou o caminho que haveria de seguir até hoje, à Banda do Mar. Rodrigo Amarante tentou o inglês dos esquecidos Little Joy, algo estranho para quem compõe tão bem em português, e só em 2013 se voltou a notabilizar com o fenómeno "Youtubiano" Cavalo. Quatro será o disco mais intimista da banda, bandeira da Nova MBP. Mas não vale a pena colá-los ao que os originais fizeram nos anos 60 e 70. O que Los Hermanos fizeram foi especial, independentemente da inspiração de mestres como Chico ou Caetano.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

[Semana 26-10-05] Arab Strap editam "The Last Romance"


A um nível temporal, os Arab Strap são um hino a este blog: duraram precisamente dez anos. Este The Last Romance tem título premonitório e seria de facto o canto do cisne dos escoceses. Terminaram numa altura em que a cena local voltava a estar nas bocas do mundo via Franz Ferdinand. E, pegando numa referência da banda de Alex Kapranos, o duo composto por Aidan Moffat e Malcolm Middleton reclamava: "Take Me Out". Deixem-me fora, da cena, do hype, da moda. Meses antes da edição, os dois Arab Strap já revelavam desentendimentos: Malcolm queria um disco mais negro, Moffat preferia-o visceral. O segundo acabou por ganhar, mas, com o desentendimento e apesar dos bons resultados deste disco, a música ficaria a perder com o fim da banda. Estas canções continuam a descrever relacionamentos falhados, de um modo cáustico. A diferença é o próprio Moffat que a nota: "é um pouco mais acelerado, mas continua a lidar com o lado negro das relações. É como o lado negro da série Star Wars - mais rápido e mais sedutor."