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- "Whatever People Say That I Am, That's What I'm Not", a estreia dos Arctic Monkeys, torna-se no álbum britânico mais vendido de sempre na durante a 1ª semana, com 363,735 cópias vendidas.
Disco da Semana:
Arctic Monkeys - Whatever People Say That I Am, That's What I'm Not
Em 2006, esta semana foi dominada pela estreia dos Arctic Monkeys. Dez anos depois, tentamos dar alguma ordem a Whatever People Say That I Am, That’s What I’m Not. O que significou? Olhemos para a atitude, o contexto e o momento da mais celebrada banda britânica da última década. A atitude.
A espontaneidade de quatro miúdos de Sheffield que surgiam em palco vestidos com roupas normais, longe da indumentária cool dos rapazes que os teriam inspirado em primeiro lugar: The Strokes. Se para a banda de Nova Iorque tudo era pose, no caso dos Arctic Monkeys a atitude parece ser de sabotagem constante. A ausência de editora, a partilha de canções na Internet e a escolha de uma Domino que em 2006 era os Franz Ferdinand, The Kills e pouco mais falam por si. No vídeo de “I Bet You Look Good On The Dancefloor”, um tímido Alex Turner atira: “don’t believe the hype”. Estes elementos de auto-sabotagem, de autoflagelação eram comuns: por exemplo, logo a abrir o disco, em “The View of the Afternoon”, cospe-se: “Anticipation has a habit to set you up for disappointment”.
O contexto. Whatever People Say That I Am, That’s What I’m Not é um daqueles álbuns que corta o tempo ao meio – foi o primeiro disco a aproveitar-se de forma óbvia da Internet, no geral, e da rede social do momento (o MySpace) em particupar. Bateu recordes de vendas – quase 120 mil cópias no primeiro dia (mais do que todos os restantes 19 do top 20… todos juntos) e mais de 360 mil na primeira semana, números ainda por superar. Não será ousado referir que o mundo mudou.
O momento. Pete Doherty andava a saltar entre clínicas de reabilitação, Amy Winehouse ainda não tinha acontecido (Back to Black só chegaria meses depois) e o NME, na sua eterna adolescência, procurava uma referência para substituir uns acabados Libertines. Os Arctic Monkeys eram perfeitos: a maturidade das letras, a forma como Turner captava os hábitos do adolescente britânico – miúdas e noitadas, basicamente – e uma energia capaz de unir uma geração. Os primeiros anos do milénio surgem impecavelmente retratados nestas 14 canções. Portanto, se nasceram algures entre 1983 e 1990, digam-nos, quanto tempo passaram a repetir estas letras no AZLyrics?
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