segunda-feira, 15 de julho de 2013

[Jukebox de há dez anos] Flávio Torres


Uns receiam usar a termo, Flávio Torres usa-o sem reservas: cantautor. É-o na medida em que escreve e compõe as suas canções. Canções de amor, canções de protesto, canções (algumas inspiradas) que compõe "Canções de Bolso", álbum de estreia que pode ser ouvido no Spotify.

Flávio Torres revela que "é com muita satisfação [que] relembro aquilo que ouvia ou pelo menos parte do que ouvia em 2003. Inclusive tornei a relembrar alguns discos que têm passagens pessoais para mim muito importantes. Neste ano vivia entre Peniche (cidade onde estudava) e a Covilhã (Cidade que me viu nascer) grande parte deste período a minha ligação ao mar foi muito forte e o Verão inesquecível, em que uma onda de som vibrante entoava até mim. Guitarras na praia, cerveja entre amigos e partilha de muita música fizeram deste ano um dos melhores da minha vida. Aqui fica a minha lista desse ano de 2003 - Porque dez anos é muito tempo."

Os dez discos mais importantes de 2003 para Flávio Torres:

1. Sérgio Godinho - Irmão do Meio


Este é um disco de irmandade com excelentes canções do Sergio [Godinho] reinterpretados em colaboração com outros artistas nacionais, desde a Teresa Salgueiro ao José Mario Branco. Gostava muito de ouvi-lo pela noite fora, foi sem dúvida [um] dos grandes trabalhos discográficos nacionais de 2003. Para mim o melhor.

2. Ben Harper - Diamonds on the Inside


Ainda hoje considero este um dos melhores trabalhos do Ben Harper. Fiquei vidrado neste disco durante meses, a particularidade do roots rock e bluesy na alma destas canções trazem-me grandes memórias e fazem-me viajar não sei bem para onde. É um disco magico.

3. The White Stripes - Elephant


Disco que ouvia diariamente, para mim foi um dos grandes momentos de 2003, em que o rock foi reinventado de uma forma genial por Jack e Meg White - com garra e alma.

4. Jane's Addiction - Strays


Um disco explosivo que me agarrou na primeira audição. Lembro-me que quando ouvi o single “Just Because” senti de imediato aquela vontade de por em repeat. O resto do disco foi–se entranhando naturalmente, grandes musicas.

5. Fausto - A Ópera Mágica de um Cantor Maldito



É o 11º álbum deste grande artista nacional que infelizmente caiu no esquecimento de muitos e também [tem sido] desprezado. Este disco é grande como todos os outros do Fausto, a letra é magistral e gloriosa, a musica é fabulosa. É um disco para todas as idades, um verdadeiro álbum português. O Fausto acompanha-me sempre.

6. Calexico - Feast of Wire


Este álbum conta com instrumentais lindíssimos com a insubstituível trompete e aquela voz que se enquadra neste desenho perfeito. Este é um disco de melodias e de verdadeiras canções, "Black Heart" é uma das minhas favoritas [e] ouvia[-a] junto à tranquilidade do mar.

7. Neil Young - Greendale


Um disco acústico ao vivo de canções simples e nostálgicas que dispensam grandes apresentações. São canções que falam de uma localidade fictícia, Greendale, e dos seus habitantes, [os] que Neil [Young] criou. Mais tarde esta história saiu em filme. Acompanhou-me por noites a fio. Disco 5 estrelas.

8. The Black Keys – Thickfreakness


Este segundo trabalho dos The Black Keys conta com um mix de heavy-blues-garage fabuloso, na altura foi um pouco comparado com o Elephant dos manos White Stripes. No entanto, para mim, as diferenças são enormes e incomparáveis. Grande disco.

9. Easy Star All Stars - Dub Side of the Moon 


Se alguma vez ouvi um disco de versões em que estas são originais, têm a mesma alma e onde o destino da viagem é precisamente o mesmo, este é o disco. Versões do disco Dark Side of the Moon de Pink Floyd em modo dub/reggae muito bem feitas. Aconselho esta experiência. Este acompanha-me ainda hoje no carro.

10. Massive Attack - 100th Window


Como só os Massive [Attack] fazem - um Trip-Hop electrónico genuíno e bastante dark. Foi para mim, neste ano de 2003, um disco de refúgio onde as canções sintetizadas, não dançáveis e depressivas me comprometiam para relaxar e procurar alguma introspecção. Foi um disco de cabeceira muito bom.

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