terça-feira, 22 de dezembro de 2015

[Os melhores álbuns de 2005] 9º - System of a Down - Mesmerize / Hypnotize


Mezmerize é metade de um plano que só acabaria no outono, com a edição de Hypnotize, aquele que acabaria por ser o último disco dos quatro arménio-americanos. Mezmerize é brutal, político, jocoso. Basta olhar para essa bomba que é "B.Y.O.B.", canção e vídeo - e pensar que vivíamos a reeleição de George W. Bush. O misto de influências que resulta num som genericamente catalogado de metal e a química entre Serj Tankian e Daron Malakian são impressão digital de uma banda que entra para aquele rol de poucas que conseguiu não errar. Por vezes, parece que estão a gozar, que não se levam a sério, que Mezmerize não passa de um testemunho tonto daquilo que lhes vai na cabeça. Mas não. Isto é a sério e muito sério. É uma denúncia feita por uma das mais influentes bandas da altura.

Com Hypnotize confirmava-se: o álbum duplo soou a enorme injustiça para com Daron Malakian, ele que terá sido o grande responsável por tudo o que ouvimos aqui. Os fãs adoram-no, mas os críticos apontam: devia ter continuado de boca fechado, tem demasiado protagonismo nesta ambiciosa investida. Percebemos que prefiram ouvir Serj Tankian, claro, é incomparavelmente melhor voz, mas Malakian não se sai assim tão mal e as baboseiras que vai cuspindo acabam por contribuir para uma das características que contribui para a impressão digital dos System of a Down (SOAD): humor. Independentemente das muitas coisas políticas que são ditas em Mesmerize e Hypnotize, o humor é omnipresente. E quanto mais estapafúrdio, mais político. É o último disco dos SOAD e nem vale a pena referir o nu-metal que a determinada altura lhes foi associado. Hypnotize mistura vários estilos sim, como o punk de "Kill Rock 'n Roll" e o trash metal de "Attack", passando por baladas como "Lonely Day". O ambicioso passo acabou por ser bem medido, os dois discos separados por seis meses acabaram por lhes dar protagonismo ao longo dos 12 meses de 2005. Dominaram o ano.

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