sábado, 6 de fevereiro de 2016

O que aconteceu na semana de 01-02-2006?


Notícias:

- The Rolling Stones actuam no intervalo do Super Bowl.


- Gentleman é o 1º nome confirmado no Sudoeste tmn.

- Depeche Mode e The Bravery (na 1ª parte) actuam no Pavilhão Atlântico.

Disco da Semana: 

J Dilla - Donuts

A história tem tendência a repetir-se. Há coisa de um mês, escrevi sobre Blackstar, o derradeiro disco de David Bowie, referindo que era uma obra ímpar na história da industria fonográfica, um puzzle, um testamento, o enterro da derradeira personagem de Bowie – o próprio. A minha ignorância levou-me a supor que nunca um artista tinha feito algo assim. Mentira. Corrijo-o agora: J Dilla fez algo muito similar em fevereiro de 2006. Tal como Bowie, editou este Donuts praticamente no dia do seu aniversário e, apenas três dias depois, deixa-nos de forma surpreendente. Diagnóstico: nefrite lúpica e púrpura trombocitopénica trombótica. 

Terá sido no hospital, algures no verão de 2005, que criou quase tudo o que se passa em Donuts. Ao contrário de Bowie, Dilla tornou-se mais conhecido morto do que em vida, tornou-se num dos artistas mais influentes do século XXI. Basta olhar para a crítica da Pitchfork na altura em que o disco foi editado – pontuação: 7,9. Olhemos, depois, para a crítica de 2013: um perfeito 10. E esse é um dos grande temas do álbum, a falta de reconhecimento crítico e comercial. O músico terá indicado que colocou mensagens entre as letras e os samples. Conseguimos sugerir algumas: 

– Dionne Warwick – “You’re Gonna Need Me” – em “Stop”, em relação à sua ausência;

– Gene & Jerry – “You Just Can’t Win” – em “Glazed”, relativamente à luta contra o cancro;

– L V Johnson – “I Don’t Really Care” – em “Airworks”, alusão à sua subvalorização;

– Smokey Robinson & the Miracles – “A Legend In Its Own Time” – em “One Eleven”, registo claramente sarcástico;

– The Escorts – “I Can’t Stand (To See You Cry)” – em “Don’t Cry”, alusão à sua morte.

Os Donuts a que o título se refere serão os vinis. Aqueles que sampla ao longo destas 31 faixas e os objetos que marcaram a sua obra, a sua vida. Discos soul, hip hop, rock, psicadélicos, bollyhood e de compositores clássicos. Um mundo de referências que só encontrará paralelo em Madlib. A capa dá-nos um J Dilla com um sorriso e, aparentemente, a fazer aquilo que mais gostava: a comer Donuts, como no vídeo de “Last Donut Of The Night”. Refere-se aos vinis, claro. Clássico.

Outras Edições:

P.O.S. - Audition
Train - For Me, It's You
In Flames - Come Clarity
Beth Orton - Comfort of Strangers
Belle and Sebastian - The Life Pursuit
She Wants Revenge - She Wants Revenge
KT Tunstall - Eye to the Telescope

Citações com dez anos:

- “Aqui estamos nós com o Spike Stent [o produtor] no nosso estúdio que agora parece a NASA. Sem mais tretas, sem telefones, sem desculpas para abandonar o edifício." (Thom Yorke)

- "Haverá um novo álbum no início do Verão." (Pete Townshend, anunciando o 1º disco dos The Who desde 1982)

- "Pelo que percebo, o Billy [Corgan] deve estar prestes a gravar um novo disco. Todos sabemos que ele não precisa de muito mais do que o Jimmy Chamberlin para avançar para um novo disco dos The Smashing Pumpkins. E este já está a bordo." (Melissa Auf Der Maur)

- "A banda? Acabou. A reunião aconteceu por uma boa causa, para passarmos por cima das nossas más relações e não para nos virmos a arrepender." (David Gilmour, em relação a uma eventual reunião dos Pink Floyd)

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